"Quem não lê não pensa; e quem não pensa será para sempre um servo."
(Paulo Francis)















segunda-feira, 22 de novembro de 2010

OS MISERÁVEIS - VICTOR HUGO

          Victor Hugo, autor de "Os miseráveis" e "O Corcunda de Notre Dame", entre outros, era filho de Joseph Hugo e de Sophie Trébuchet. Nasceu em Besançon, mas passou a infância em Paris.
          Em 1819 fundou, com os seus irmãos, uma revista, o "Conservateur Littéraire" (Conservador Literário) e no mesmo ano ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século 14.
         Aos 20 anos publicou uma reunião de poemas, "Odes e Poesias Diversas", mas foi o prefácio de sua peça teatral "Cromwell" que o projetou como líder do movimento romântico na França.
        O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira do escritor. Seu grande romance histórico, "Notre Dame de Paris" - mundialmente conhecido como "O Corcunda de Notre Dame" - (1831), o conduziu à nomeação de membro da Academia Francesa, em 1841.
       A partir de 1849, Victor Hugo dedicou sua obra à política, à religião e à filosofia humana e social. Reformista, desejava mudar a sociedade mas não mudar de sociedade.
FONTE: UOL EDUCAÇÃO
 

RUBEM BRAGA

         Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913.
        Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu: "A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde." De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade. Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou: "Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento." 
         Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."
Fonte:http://www.releituras.com/rubembraga_bio.asp

MILLÔR FERNANDES

          
         Millôr Fernandes é um grande cartunista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor, entre outras, provavelmente um dos poucos escritores universais que o Brasil possui. Foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim" e um ferrenho lutador pela liberdade. Escreve há muitos anos na revista "Veja" e se intitula enfim um escritor sem estilo.

Nos tempos da escola adorava ler as histórias em quadrinhos, em especial, os gibis do "Flash Gordon". Talvez por influência de Alex Raymond começa a fazer os seus primeiros rabiscos e criar os seus próprios quadrinhos. Suas crônicas são "picantes", bem-humoradas, críticas, e sem-preconceitos, como tudo o que ele faz.
Fonte:http://www.tvsinopse.kinghost.net/art/m/millor3.htm

MARIO PRATA

          
          Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde  nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo.
Fonte:http://www.releituras.com/marioprata_bio.asp

MACHADO DE ASSIS

    
     Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é considerado o maior escritor realista do Brasil e, provavelmente, o maior escritor da literatura brasileira. Nasceu numa família muito humilde e, para ajudar a família, começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional em 1856. De 1858 em diante escreve para diversos jornais importantes com regularidade.
Dentre suas principais obras estão seus contos (O Alienista e A Cartomante estão entre os mais famosos) e os romances Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. Foi o principal fundador da Academia Brasileira de Letras e o seu primeiro presidente. A crônica brasileira moderna tem, em Machado de Assis, um dos seus principais fundadores. Machado escrevia suas crônicas sob pseudônimos. Só 40 anos após sua morte é que se descobriu o verdadeiro autor das chamadas Crônicas de Lélio.

fONTE: http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/machadodeassis.htm

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte.

Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então nomeado novo Ministro da Educação e Saúde Pública.

Em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores.

Drummond também falava sobre temas como o desajustamento do indivíduo, ou as preocupações sócio-políticas da época, como em “A Rosa do Povo” (1945). Apesar de serem temas fortes, ele conseguia encontrar leveza para manter sua escrita com humor e uma sóbria ironia.

Produzindo até o fim da vida, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Quando faleceu, em agosto de 1987, já havia destacado seu nome na literatura mundial.
Fonte: http://www.carlosdrummonddeandrade.com.br/vida.php

LÉO CUNHA


     
        Leo Cunha é um mineiro apaixonado pelas palavras. Cultiva essa paixão no jornalismo, na publicidade e na tradução. Mas é nos livros infantis que o amor pela palavra ganha mais espaço.
      Com mais de 20 livros publicados, Leo recheia suas histórias e poemas com muitos jogos de palavras, rimas, musicalidade e humor.
       Além de Literatura, Leo gosta de música, futebol e cinema.
FONTE: http://www.moderna.com.br/catalogo/encartes/85-16-03148-9.pdf

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

LIMA BARRETO

          Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares.
      Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado pelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. É um escritor de transição: fiel ao modelo do romance realista e naturalista do final do século XIX, procurou entretanto desenvolvê-lo, resgatando as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, ao mesmo tempo em que manteve "uma visão neo-romântica e elegíaca da natureza, da cidade e do ser humano.
      Também queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritor tinha uma função social.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Barreto



STANISLAW PONTE PRETA

         Sérgio Porto publicou, com o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, nada menos que sete coletâneas de crônicas, recolhidas numa espécie de antologia pela Editora Olímpio, em 1989. Ele era um observador meticuloso e atento da realidade carioca, dotado de um raro senso de humor, ironia e extraordinário senso crítico, sabendo representar muito bem o drama e a comédia do cotidiano do Rio de Janeiro.
      Ponte Preta marcou sua presença em nossa literatura pela “capacidade de comunicar-se com todos os leitores, desde os mais apressados e superficiais aos mais reflexivos e requintados”. Ele sabia detectar e satirizar com precisão as deformações existentes na vida urbana, absorta no constante no vício do consumismo. Criador de tipos humanos – o que é difícil e também raro na crônica, criou Tia Zulmira, “a sábia ermitã da Boca do Mato”, o Primo Altamirando, “cínico e gozador”, o distraído Rosamundo, o dr. Data Vênia, “manipulador feroz dos lugares-comuns”, entre outros.
     Além de cronista, foi também novelista: seis de suas novelas estão reunidas no volume “As Cariocas”. “Garota de Ipanema” foi publicada em “A cidade e as ruas”, coletânea de vários autores.
Pode-se dizer que Ponte Preta é o cronista brasileiro por excelência, pelo fato de ter registrado as manifestações e atitudes que o Rio de Janeiro começava a importar das modernas sociedades de consumo. Daí suas crônicas serem atuais, pois conservam uma temática contemporânea e continuam sendo lidas com prazer e interesse. Por outro lado, sua prosa se renova a cada leitura, através de sua linguagem coloquial, “saindo do campo circunstancial para transcender aos limites de uma obra duradoura”.

PAULO MENDES CAMPOS

       Cronista e poeta brasileiro nascido em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, cuja obra destacou-se pela simplicidade com que tratou temas como o mar, a vida carioca, conversas de bar e futebol etc. Filho do médico e escritor Mário Mendes Campos e de D. Maria José de Lima Campos, iniciou seus estudos na capital mineira, prosseguiu em Cachoeira do Campo e terminou em São João del Rei. Logo cedo interessou-se por literatura e, ainda em Minas Gerais, estudou direito, veterinária e odontologia, mas não chegou a completá-los. Depois foi cursar a Escola Preparatória de Cadetes, em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, sonhando de ser aviador, mas também não terminou. De volta a Belo Horizonte (1939), iniciou-se no jornalismo, no Diário de Minas, e ingressou na vida literária, como integrante da importante geração mineira a que pertenceram Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, João Ettiene Filho e Murilo Rubião. Dirigiu o suplemento literário da Folha de Minas, trabalhou na empresa de construção civil de um tio e, depois da guerra (1945), mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a colaborar em O Jornal, Correio da Manhã e trabalhou no Instituto Nacional do Livro. Admitido no IPASE (1947) como fiscal de obras, seguiu carreira como funcionário público e chegou a ser diretor da Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Escreveu suas primeiras crônicas no Diário Carioca e manteve por muitos anos, na revista Manchete, uma coluna semanal. Seu primeiro livro de poemas foi A palavra escrita (1951), mas o sucesso na poesia só veio com O domingo azul do mar (1958). Seu primeiro livro de crônicas foi O cego de Ipanema (1960). Em sua obra destacam-se ainda Homenzinho na ventania (1962), Os bares morrem numa quarta-feira (1981) e Diário da tarde (1986). Também trabalhou como tradutor de poemas como The Waste Land, de T. S. Eliot, com o título de A terra inútil, e morreu na cidade do Rio de Janeiro.

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

        Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro de 1936 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. É o escritor que mais vende livros no Brasil.
As colunas em jornais e revistas o consagraram por seu estilo humorístico, através de uma série de cartuns e histórias em quadrinhos. O primeiro livro, "O popular", de crônicas e cartuns, foi publicado em 1973. Atualmente, o autor escreve para os jornais Zero Hora, O Estado de São Paulo e O Globo. Criou personagens As Cobras, cujas tiras de quadrinhos são publicadas em diversos jornais. Em 1995, o livro O Analista de Bagé, lançado em 81, chegou à centésima edição. Algumas de suas crônicas foram publicadas nos Estados Unidos e na França em coletâneas de autores brasileiros.
       O trabalho do autor também é conhecido na TV, que adaptou para minissérie o livro Comédias da Vida Privada. O programa recebeu o prêmio da crítica como o melhor da TV brasileira.

FERNANDO SABINO

           Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte em 1923. Tradutor de Flaubert e Henry James, entre outros, Fernando Sabino, desde sua estréia em 1941, vem escrevendo contos, novelas, crônicas, romances e biografias. Trabalhou como jornalista e, durante o período em que teve uma importante editora, publicou livros de escritores brasileiros do porte de Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Rachel de Queiroz e Autran Dourado, além da obra de Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Através de um estilo ágil e direto, que confere a seus escritos um tom quase que de confidência oral, várias situações do cotidiano vão surgindo repletas de vibração e absurdo. A ausência de sentido das coisas, entretanto, aparece em inúmeras variações entre dois extremos: do aspecto noturno da inutilidade, que leva à fragilidade e à solidão humanas, ao diurno, no qual o cotidiano é visto como propiciador do cômico. Dele, já foi dito ser um "Kafka de eletricidade positiva", ou seja, um escritor para o qual o mundo só é suportável, e até mesmo divertido, justamente pelo absurdo que lhe é inerente.
http://pt.shvoong.com/books/biography/1659784-fernando-sabino-vida-obra/

CRÔNICA... AFINAL, QUE GÊNERO É ESSE?

           Crônica é um gênero de texto tão flexível que pode usar a “máscara” de outros gêneros, como o conto, a dissertação, a memória, o ensaio ou a poesia, sem se confundir com nenhum deles. É leve, despretensiosa como uma conversa entre velhos amigos, e tem a capacidade de, por vezes, nos fazer enxergar coisas belas e grandiosas em pequenos detalhes do cotidiano que costumam passar despercebidos.
A palavra “crônica”, em sua origem, está associada ao vocábulo “khrónos” (grego) ou “chronos” (latim), que significa “tempo”. Para os antigos romanos a palavra “chronica” designava o gênero que fazia o registro de acontecimentos históricos, verídicos, na ordem em que aconteciam, sem pretender se aprofundar neles ou interpretá-los. Com esse sentido ela foi usada nos países europeus.
A crônica contemporânea brasileira, também voltada para o registro jornalístico do cotidiano, surgiu por volta do século XIX, com a expansão dos jornais no país. Nessa época, importantes escritores, como José de Alencar e Machado de Assis, começam a usar as crônicas para registrar de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os fatos corriqueiros de seu tempo. É interessante observar que as primeiras crônicas brasileiras são dirigidas às mulheres e publicadas como folhetins, em geral na parte inferior da página de um jornal.

A ocasião faz o escritor

Ao escrever, os cronistas buscam emocionar e envolver seus leitores, convidando-os a refletir, de modo sutil, sobre situações do cotidiano, vistas por meio de olhares irônicos, sérios ou poéticos, mas sempre agudos e atentos. Os cronistas brasileiros exprimem vivências e sentimentos próprios do universo cultural do país.
No Brasil, há vários modos de escrevê-las. Se usa o tom da poesia, o autor produz uma prosa poética, como algumas crônicas escritas por Paulo Mendes Campos. Mas elas podem ser escritas de uma forma mais próxima ao ensaio, como as de Lima Barreto; ou ser narrativas, como as de Fernando Sabino. As crônicas podem ser engraçadas, puxando a reflexão do leitor pelo jeito humorístico, como as de Moacyr Scliar, ou ter um tom sério. Outras podem ser próximas de comentários, como as crônicas esportivas ou políticas.

Adaptado de: A Ocasião faz o Escritor, material da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa, 2010